Cristão Raiz - #1 Ser ou fazer, eis a questão
- Gabriel Takiguti
- 24 de mai. de 2017
- 3 min de leitura

Começaremos mais uma série, dessa vez abordando o tema: Cristão Raiz. Nela, faremos a comparação do que é pregado e dissiminado massivamente em praticamente todos os lugares vs o que um cristão raiz deveria realmente fazer. E o assunto de hoje é: "Ser ou fazer, eis a questão".
Pare pra pensar um pouco sobre tudo o que ouvimos na igreja, nas pregações, no youtube, em blogs e perceba que existe hoje uma semelhança em todas as mensagens que recebemos. Você deve fazer! Isso envolve sair pregando por ai, fazer a diferença no mundo, ajudar os pobres, isso e aquilo. Eu concordo que devemos fazer sim, e muito! A Palavra de Deus nos exorta e diz que a verdadeira religião é cuidar dos órfãos e das viúvas, que uma árvore sem frutos é cortada e lançada ao fogo, e que a fé sem obras é morta.
De forma alguma questiono isso, e inclusive reitero. Porém, acho válido esclarecermos algumas verdades básicas.
O primeiro ponto e mais básico deles é que o ser vem antes do fazer. Quando vemos a vida de João Batista, percebemos que seu ministério foi curto e impactante. Ele viveu sua vida toda em um deserto a base de gafanhotos e mel, onde provavelmente seus únicos expectadores era a Trindade. O detalhe é que João Batista era filho do sacerdote Zacarias e como tal, ele deveria aprender também o ofício sacerdotal, mas Lucas disse que João viveu no deserto, longe da glória e honra do sacerdócio e apenas por volta dos 30 anos iniciou seu ministério.
“E o menino crescia e se fortalecia em espírito; e viveu no deserto, até aparecer publicamente a Israel.”
Lucas 1:80
A primeira lição que aprendemos é que o deserto é um plano de Deus, uma importante etapa nas nossas vidas. Ele nos leva lá pra nos ensinar e preparar. No deserto Deus prepara seus servos, os afastado de tudo e todos e nos moldando. Lá no deserto Ele trabalha primeiro em você pra depois trabalhar através de você, pois intimidade com Deus precede o trabalho pra Deus.
Talvez pela lavagem cerebral que sofremos por todos os lados, ficamos tão focados em fazer que esquecemos que antes de mais nada, nós precisamos ser. A quantidade de coisas que você faz nada significa se o seu coração está longe de Deus. Veja que apesar do curto ministério de João Batista, o próprio Jesus declara que entre os nascidos de mulher não houve nenhum maior que João Batista (Mateus 11:11).
Talvez aqui você comece a se questionar se deve ficar parado esperando Deus te levar pro deserto ou então apenas começar a fazer.
Mas aqui chegamos no segundo ponto: assim como nada que um não cristão faça pode agradar a Deus, por mais bem intencionado ele esteja, as suas obras como cristão também são inúteis se ferirem o propósito principal - agradar a Deus.
Ficou confuso? Talvez você pense que estou te desmotivando à cumprir seu chamado e negligenciar a obra. Mas muito pelo contrário! Quero te mostrar que sua preocupação com o ministério de Cristo deve ser um incentivador pra você buscar o deserto cada dia mais e ser preparado por Deus quando Ele te chamar, e isso pode durar uma vida, ou uma noite.
Por último gostaria de te contar uma lição que aprendi de tanto apanhar: Deus se importa mais com quem você é do que com o que você faz. Como diz meu versículo predileto: "os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado" (Salmos 51:17). Ele está interessado no seu coração, esse é o sacrifício que O agrada, o restante é uma consequência da sua vida com Ele. Uma árvore sem raíz não produz frutos, mas uma árvore firme e madura consequentemente trará bons frutos.
Minha oração de hoje é que busquemos ter mais intimidade com Cristo, para então, estarmos preparados pra obra que Ele fará.
Gabriel Takiguti
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